DIA DA REFORMA PROTESTANTE - AFIXANDO NOSSAS TESES CONTRA O “HALLOWEEN”

Neste dia alusivo a Reforma Protestante, queremos propor uma reflexão sobre a prática de cristãos em celebrar o Halloween, e se isso de fato pode ser considerado “normal”. 

Por isso, o público-alvo deste artigo é todo aquele que confessa e professa Jesus e deseja viver para a Glória de Deus. Se você não se encaixa, fica a oportunidade...

Feito isso, vamos compreender mais a fundo sobre a celebração do Halloween e compará-la com as principais afirmações que foram resgatadas a partir da Reforma Protestante: Gloria somente a Deus (Soli Deo Gloria), Somente a Palavra (Sola Scriptura), Somente a Graça (Sola Gratia), Somente a Fé (Sola Fide) e Somente Cristo (Solus Christus). Vamos lá.

1)    SURGIMENTO DO HALLOWEEN

Segundo dados extraídos pela Revista Superinteressante, da Editora Abril [1], a origem do Halloween remonta para o povo Celta, há cerca de dois mil anos atrás. Eles tinham como festa do Ano-Novo a data de primeiro de novembro, época que marcava o fim do verão e o início do inverno.

Para os Celtas, na véspera deste dia de mudança, a divisão entre a dimensão dos mortos e dos vivos se misturava, acontecendo o chamado samhain. Neste período, fantasmas dominavam a terra, destruíam as plantações e causavam arruaças.

Ao longo da história, o império romano e a igreja romana foram adaptando esta festa, tendo hoje uma configuração bastante conhecida em nosso país, como o dia de todos os santos no dia 1 de novembro e o dia dos mortos no dia 2 (finados). O Dia de Todos os Santos, em inglês, era chamado de “All-hallows Eve”. Como o tempo, o termo foi mudando de nome tornando-se o que se conhece hoje como Halloween.

O Halloween foi ganhando força no século XIX nos EUA com a chegada dos imigrantes irlandeses e com seus costumes oriundos do povo celta, que foram os precursores deste movimento, chegando aos nossos dias com as práticas atuais.

2)    PRÁTICAS DO HALLOWEEN

Tem-se por costume que, para se proteger dos maus espíritos “soltos” no dia 31 de outubro, os povos utilizavam nabos com uma vela iluminada por dentro, chegando as abóboras norte americanas (mais abundantes) e a vestimentas pretas.

Por causa disso, hoje utiliza-se o símbolo da abóbora iluminada para fazer alusão a esta data. As pessoas se vestem de preto, de personagens de filme de terror, de “pequenos demônios”, zumbis, mortos-vivos etc.

Além disso, há também a prática disseminada entre as crianças sobre as “travessuras ou gostosuras”. As crianças visitam as casas e se o proprietário não entregar a elas algum doce, alguma gostosura, isso dará legalidade para que elas possam fazer “travessuras”.

Observa-se também neste período um verdadeiro apelo comercial para incentivar as casas sendo enfeitadas de objetos de cor escura, símbolos da abobora, fantasias de personagens de filme de terror ou semelhante, e crianças sendo ensinadas a agirem fazendo o bem dependendo do presente que receberem.

3)    DIFICULDADES DO HALLOWEEN COM O CRISTIANISMO

Quando observamos as informações acima, como cristãos piedosos somos levados a de fato comparar com as verdades bíblicas que são resgatadas e comemoradas também no dia 31, o Dia da Reforma Protestante.

Dentre os valores que a Reforma resgata, está o valor da Bíblia ser a Palavra de Deus e única fonte divinamente inspirada para nosso ensino (Sola Scriptura), de Cristo ser o nosso único e suficiente Senhor e Salvador (Solus Christus), da nossa salvação ser pela Graça de Deus e não mediante boas obras (Sola Gratia), operada pela fé que também nos é concedida pelo Senhor (Sola Fide), e que as obras que fazemos são resposta a essa ação salvífica e refletem para a glória de Deus (Soli Deo Gloria). 

Com base nestes valores, faz-se necessário um profundo exercício de reflexão por parte da cristandade sobre a sua participação em celebrações como o Halloween. Vamos analisar o conteúdo acima à luz dos temas que a Reforma Protestante resgata para então afixarmos novamente nossas teses reformadas contra celebrações como o Halloween.

4)    SE VOCÊ SE CONSIDERA CRISTÃO, LOGO VC COMPACTUA DOS VALORES CONTIDOS NA PALAVRA DE DEUS;

Quando nos convertemos ao Evangelho, somos levados a uma vida orientada segundo o Espírito Santo, que nos leva a uma prática de boas obras como fruto da gratidão pela nossa nova vida em Cristo. Fazemos o bem não para se obter algo, mas em resposta ao maravilhoso presente recebido. 

Esta é, inclusive, uma das ‘Solas’ da Reforma Protestante. Soli Deo Gloria – Glória Somente a Deus. Fazemos o que fazemos não para impressionar alguém, ou para se obter reconhecimento, mas para glorificar a Deus.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; (...) Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” - Mateus 5:14,16

“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” - Efésios 2:10

5)    REFUTANDO BIBLICAMENTE AS PRÁTICAS DO HALLOWEEN

A partir da concepção acima, queremos “afixar nossas teses” para refutar a celebração da Festa do Halloween por parte dos cristãos pelas razões a seguir:

a)     SOBRE A PROTEÇÃO CONTRA OS “ESPÍRITOS MAUS” 

A Palavra de Deus nos ensina que somos a “Luz do Mundo” (conforme Mateus 5). Veja o que diz o Apóstolo Paulo sobre isso:

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” - 2 Coríntios 6:14,15

Quando observamos na história oficial alusiva ao surgimento do Halloween, logo encontramos informações que vão contra a Palavra de Deus, nossa única regra de fé e prática.

Conforme aponta Robson Alves, Na Bíblia encontramos o que é suficiente para obter a salvação (Rm 1.16; 10.13; Ef 2.8) e viver para a glória de Deus (1Co 10.31). Tudo isso graças à sua inspiração divina (2Tm. 3.16; 2Pe 1.20-21), de onde decorre seu caráter inerrante e infalível. Inerrante porque ela é livre de erros (Jo 10.35; 17.17) e infalível, pois ela não induz ao erro (Sl 119.9,11; Tt 1.2).[2]

Diante disso, a Palavra de Deus é a nossa própria proteção. Não precisamos enfeitar nossas casas com abóboras iluminadas nem nos vestirmos de uma forma a se buscar tal proteção. Somos protegidos pelo Senhor, pela sua Palavra.

Com base no texto “Vós sois a Luz do Mundo”, quando nos vestimos de pequenos diabos, bruxas, bruxos, zumbis, seres horripilantes... estamos apontando a luz do Senhor? Acreditamos que não. 

Diante disso, afixamos a tese do SOLI DEO GLORIA e da SOLA SCRIPTURA para combatermos os enganos desta celebração.

b)    SOBRE AS “GOSTOSURAS OU TRAVESSURAS”

Nesta prática, que a princípio parece ser “inocente”, também contraria o que aprendemos em nossa vida cristã. Quando se pratica isso, estamos compactuando com a idéia de que nossas práticas dependem da resposta dos outros. Se alguém agir de forma má comigo, logo estou “autorizado” a agir do mesmo modo para com ele.

E o pior de tudo isso, é que compartilhamos desses valores principalmente com as crianças que crescerão com tais valores, que serão levados para àqueles que estarão em seu rol de relacionamentos.

O que Jesus diz a respeito? Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai Celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?

Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celeste.” - Mateus 5:43-48

De semelhante modo o apóstolo Paulo complementa: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito:   A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” - Romanos 12:17-21

A Palavra de Deus nos ensina que somos levados além de não fazer o que mau. Em Cristo, mediante a Graça de Deus operada pela fé, somos levados a também fazer o que é bom. Não dependemos da resposta dos outros, nem de algum tipo de reconhecimento ou merecimento para fazermos o que é bom.

Por isso, também afixamos hoje as Teses da Sola Gratia, Sola Fide para combatermos a prática errônea e mundana das “gostosuras ou travessuras”.

c)     SOBRE O CONSUMISMO ORIUNDO DO HALLOWEEN

A prática do consumismo não se concentra apenas no Halloween. Está presente em datas comemorativas também no cristianismo (Páscoa, Natal). Mas esta celebração também incentiva uma prática que contraria um valor importante para o cristão: a gratidão como fruto do contentamento.

O consumismo gera ansiedade, nos leva a confiar “na força do nosso braço” ou até mesmo na quantidade de bens ou até mesmo na capacidade que temos de adquirir este ou aquele objeto.

Contudo, esta prática pode denunciar em nosso coração que a salvação em Cristo Jesus não nos é suficiente. O amor de Deus expressado em Cristo Jesus, a Providência do Senhor em nos sustentar dia após dia não nos traz satisfação. 

Há muitos cristãos que incentivam o Halloween por ser um período importante dentro da economia, para auxiliar nos faturamentos financeiros. Vendem os produtos, fantasias, disseminam este momento que, conforme vimos acima, contrariam os valores cristãos.

Precisamos entender que a luz não faz comunhão com as trevas (cf. II Co 6:14-15). Precisamos aprender a vivermos contentes em toda e qualquer situação, como aponta Paulo em Filipenses 4 (veja o texto a seguir):

“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” - Filipenses 4:11-13

Podemos também reforçar um verso que é muito conhecido, mas erroneamente interpretado, que é o Salmo 23 de Davi: “O Senhor é o Meu Pastor, nada me faltará”. Davi, ao afirmar isso, aponta que viver sob o pastoreio do Senhor sobre a sua vida já é suficiente, e não de que nada material faltaria segundo sua vontade humana.

Contra esse consumismo descontrolado, afixamos aqui a tese do Solus Christus, que nos revela que Jesus é suficiente para nós. Nossa alegria e suficiência vem do Senhor!

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” - Romanos 8:35-39

CONCLUSÃO

Pode-se ainda afirmar muito mais acerca da celebração do Halloween. Também há muito o que se dizer sobre a Reforma Protestante e seus benefícios. Mas acreditamos que, refletindo profundamente sobre as questões acima, podemos chegar à conclusão de celebrarmos com todas as nossas forças O DIA DA REFORMA PROTESTANTE em 31 de outubro. 

Podemos usar a criatividade e, de repente, utilizarmos os temas, personagens e demais adereços da Reforma para de repente afixarmos em nossas casas, famílias, empresas e demais localidades. 

Por que não estimular uma celebração sobre os reformadores com a juventude, com todos procurando fantasias sobre eles? De repente procurar as receitas que eram realizadas naquela época... fazermos boas ações com nossos vizinhos (gostosuras sem travessuras)?

Não basta apenas repudiar ou se afastar, mas de fazer o que é bom para glorificar o nome do Senhor Jesus.

Compartilhe este texto, leia com sua família, com os amigos. Nós como igreja nos colocamos a disposição para dialogar e aprofundar sobre o assunto, se necessário.  

Que Deus assim nos ajude!

Feliz Dia da Reforma Protestante!